domingo, 13 de dezembro de 2009

Derrotada

Lá estava ela mais uma vez, despedaçada, estava virando um hábito e pior, ela estava aprendendo a conviver com ele. Deitada sob a sombra inabalável de uma árvore enorme ela chorou, não conseguia esperar mais nada de nada, nem de si mesma. Estava aliviada por falar o que tinha que ser dito, mas não conseguiu refrear o desespero após constatar que de nada havia adiantado, de que suas esperanças eram falsas, de que tudo não passou de uma ilusão muito dolorosa, muito cruel, devastadora.
Abriu a porta de seu armário, olho pra fora ainda com esperança e uma terrível sensação de perda atingiu a menininha em cheio, a dor implacável obrigou a pequena a voltar pra dentro, e não sair mais de lá, nunca mais. Decidiu, já que nunca teria as coisas do jeito que tanto queria, e não era muito, então ela enlouqueceria... era um opção bastante viável, veria apenas o que queria ver, não pensaria em mais ninguém em mais nada, não esperaria coisa alguma de coisa alguma, tudo seria como ela achava que era certo, sem nada a devolver. Sua cabeça girava, tinha tomado sua decisão, não se contentaria mais com pouco, o que lhe ofereciam já não tinha mais valor, ela queria o que queria e nada mais. Estava derrotada, fato, mas não faria por menos, acabaram-se os sonhos... ela também derrotaria o que quer que entrasse em seu caminho.

Dormir... e talvez sonhar, aí está o problema!

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